Qual a diferença da visão humana e das borboletas?
Muitas espécies têm a visão muito ruim quando comparados à visão humana. Saiba quem não enxerga pior e melhor
Já parou para pensar qual a diferença da visão humana e das borboletas? Dependendo do parâmetro adotado, a diferença chega a ser de 10.000 vezes entre as espécies com visão mais aguçada e as que estão bem longe de ter “olhos de águia”. No mundo animal é assim. Por exemplo: já se perguntou como é o mundo através dos olhos de uma borboleta, de uma cacatua ou de uma girafa?
Um artigo recente da pesquisadora americana, Dra. Eleanor Caves publicado na Trends in Ecology & Evolution mostrou que a visão humana, medida pela acuidade visual, é muito melhor que a maioria dos demais integrantes do reino animal. Isso quer dizer que, da girafa às borboletas, todos veem o mundo com muito menos detalhes do que você e eu. Ou seja: se você consegue ver com detalhes e precisão pela aptidão dos seus olhos é capaz de distinguir os detalhes espaciais, identificar a forma, cor e o contorno dos objetos sua visão é melhor que os “big five” da savana africana.
E quanto da nossa visão necessitamos para desempenhar bem nossas funções de rotina?
Dra. Eleanor e sua equipe usaram um sistema computadorizado para comparar a visão de centenas de espécies diferentes incluindo mamíferos, pássaros, insetos, peixes, crustáceos e muito mais.
Como os animais foram testados?
A tecnologia utilizada permitiu à equipe visualizar imagens digitais como elas podem aparecer para vários animais. Este é o mesmo critério usado pelos oftalmologistas para medir a visão humana no consultório.
Resultados dos testes: quem tem miopia no reino animal?
Formigas, rinocerontes, tamanduás e preguiças são extremamente míopes.
Já os bovinos, equinos e as lebres não têm visão central, visão foveal, aquela que nos fornece a visão de detalhes.
Mas você sabe por que bois, vacas, búfalos, cavalos e zebras não precisam desta visão? Porque como são alimento para caçadores como o leão e o homem, o importante é que fiquem alertas para a aproximação de um predador. Por isso, no lugar de uma visão central apurada, o que predomina nesses animais é o seu campo visual lateral.
Por outro lado, os animais predadores, como leões, onças e lobos têm ótima visão central o que favorece que eles tenham precisão ao avistar a presa. Uma curiosidade é que estes animais, com frequência, são acromatas, condição que conhecemos como Daltonismo.
Por exemplo, para você entender melhor a situação na prática: imagine uma zebra e um leão na savana africana. A zebra, da família dos equinos, é a presa. Enquanto o leão, da família dos felinos, é o predador. Na condição de quem deve correr para não virar alimento, a zebra, tem campo visual lateral, ou seja, enxerga melhor o que está se aproximando sorrateiramente pelos lados; enquanto o leão, na condição de predador, tem ótima visão central para ver de longe e com precisão onde está o seu alimento: a pobre zebra.
Falando de nós humanos, a forma mais comum de classificar a nossa visão como ótima é através do teste de Snellen. Aquela conhecida tabela de letras em tamanho decrescente. Se você já fez um “exame de vista” vai se lembrar. Pelo teste de Snellen, se você têm visão 20-20, significa que tem uma visão perfeita, certo? Não necessariamente.
Perguntamos ao Dr. Ricardo Guimarães, médico oftalmologista, presidente do HOlhos de Minas Gerais, e ele diz que o resultado do teste de Snellen funciona para dizer que você e capaz de ver até 60 ciclos por grau. Ou seja, tecnicamente você e capaz de ver todos os detalhes da unha do polegar com o braço esticado. Isso considerando que você não seja portador de nenhuma doença ocular como, por exemplo, a catarata.
Por outro lado, à medida que o número de ciclos por grau diminui, a visão piora. E a menos de 10 ciclos por grau, um humano é considerado legalmente cego.
A maioria dos insetos, no entanto, tem sorte de ver até mesmo um ciclo por grau.
Quer saber mais sobre quais fatores são hereditários para a boa visão? Acesse esse próximo artigo.