Você sabia que perna quebrada, catarata e miopia têm tudo a ver?

Redação

Qual a relação do ortopedia com a oftalmologia? Por que perna quebrada,  catarata e miopia tem tudo a ver? Neste você sabia você vai entender porque ortopedistas e oftalmologistas têm muitos pacientes em comum. Ficou curiosa (o)? Então vamos lá.

Primeiro vamos falar da miopia, das crianças e dos adolescentes. Nos primeiros anos de vida, até o final da adolescência, é quando estamos mais sujeitos aos acidentes como quedas e trombadas. Isto por conta da pouca, ou nenhuma, noção de perigo. A galerinha é ousada, concorda? Pulam, correm, andam de bicicleta, skate, patins, jogam bola, praticam esportes. E para complicar, às vezes, fazem tudo isso sem usar nenhum equipamento de proteção. Resultado: volta e meia surge um braço ou uma perna quebrada. E é aí que entra o ortopedista.

SEM ÓCULOS, MAIS QUEDAS? Crianças e adolescentes com erros de refração veem mal e não têm boa noção espacial. Resultado: braços e pernas quebrados com mais frequência.

Todavia, se a consulta ao oftalmologista tivesse acontecido primeiro, uma parte dessa turma poderia ter se acidentado menos. Mas isto vamos explicar melhor para você  no próximo parágrafo

Para começar, temos que te dizer o que provavelmente você já sabe: é já na infância que os distúrbios visuais mais comuns acontecem.  Mas o que nem todo mundo sabe é que nem sempre são logo percebidos pelos pais.  Isto porque as consultas dos pequenos com o médico oftalmologista, muitas vezes, não ocorrem anualmente.

Ou seja, se a sua pergunta agora foi: “então as crianças devem ir, pelo menos, uma vez por ano ao oftalmo, desde pequenininhos?” Você está certa(o)! A resposta é SIM!

No entanto, o que costuma acontecer é que os pais só procuram saber se os filhos precisam de óculos quando eles começam ir para a escola.  Isso porque a fase de alfabetização exige muito da visão dos pequenos e os distúrbios visuais começam a dar os sinais mais evidentes. 

Os erros de refração, miopia, hipermetropia e astigmatismo são os problemas oculares mais comuns e podem ser corrigidos com o simples uso dos óculos. A correção do grau, por sua vez, pode ajudar as crianças a se acidentarem bem menos. E quando a ida ao oftalmologista demora a acontecer, aumentam as chances do paciente da oftalmologia ir parar na ortopedia.

COM ÓCULOS, MENOS QUEDAS? A miopia, hipermetropia e o astigmatismo podem ser corrigidos com o simples uso dos óculos. A correção do grau pode ajudar as crianças a se acidentarem bem menos.

E a medida que as décadas vão passando, mesmo aqueles que não enfrentaram os erros de refração na juventude, começam a sofrer as consequências do envelhecimento do cristalino. A lente natural que temos nos nossos olhos.

“Para alguns mais cedo, para outros mais tarde, mas, inevitavelmente, o cristalino, lente interna dos olhos, responsável pelo ajuste da visão em diferentes distâncias, chega ao limite de flexibilidade. Endurecida pelo crescimento das proteínas contidas em seu interior, ela não mais responde a ação do musculo ciliar e enxergar de perto fica cada vez mais difícil”, explica Dr. Ricardo Guimarães, médico oftalmologista, Presidente do Hospital de Olhos de Minhas Gerais.

E mais uma ou duas décadas à frente, dos 50 aos 60 anos, depois da perda da flexibilidade do cristalino,  o que causa a presbiopia, conhecida popularmente como “vista cansada” ou “síndrome do braço curto”, o  próximo passo é a nossa lente natural perder a sua transparência e assumir um tom amarelado. No início,  quando o cristalino começa a perder transparência,  a alteração na visão é quase imperceptível. Porém, com o passar dos anos, a pessoa já começa a sentir os reflexos da evolução da catarata

E QUANDO A VISTA FICA CANSADA? A partir dos 40, o cristalino vai perdendo a flexibilidade, causando a presbiopia, conhecida também como “vista cansada” ou “síndrome do braço curto“.

E quais são os reflexos da evolução da catarata?

Aos poucos, com o envelhecimento dos olhos e a evolução da catarata, a visão vai ficando mais embaçada, sendo necessário mais esforço na fixação do foco naquilo que queremos ver. Da mesma forma, é preciso aumentar a iluminação para enxergar com mais nitidez. E aí, mesmo não sendo mais tão ousados como nos primeiros anos de vida, a gente começa a ser mais suscetível aos esbarrões, topadas e quedas.

E QUANDO A VISTA FICA EMBAÇADA? Com o envelhecimento dos olhos e a evolução da catarata, a visão vai ficando mais embaçada e a gente começa a ser mais suscetível aos esbarrões, topadas e quedas.

Sim, o fato é que cair pode acontecer em qualquer idade. O problema maior é que as quedas têm consequências bem diferentes para cada pessoa. Quando somos crianças temos muito mais resistência aos tombos, o que já não acontece na terceira idade.

E é por isso que, em muitos momentos, a visão e o oftalmologista podem ajudar muito o trabalho do ortopedista.

Isto porque, embora o equilíbrio corporal dependa de algumas partes do corpo como o cerebelo, labirinto, sensibilidade (proprioceptiva), é da visão a responsabilidade pela orientação espacial e sentido de verticalidade do nosso corpo. Ou seja: a boa visão é fundamental para manter o  nosso equilíbrio corporal.

E o você sabe o que isso quer dizer? Significa que a visão tem papel determinante para que a gente fique de pé, retos, com a cabeça equilibrada e alinhada sobre os ombros, e sem pendermos para um lado, para frente ou para trás. Por exemplo, você já fechou os olhos e tentou caminhar em linha reta? Ou já reparou como a sua sensação de equilíbrio e firmeza para caminhar ficam comprometidos em ambientes pouco iluminados?

Portanto, se algo não vai bem em alguma parte desse sistema corporal responsável pelo nosso equilíbrio, as quedas podem passar a acontecer com frequência.

E você sabe por que as quedas são mais graves em idosos do que em crianças?

Porque na terceira idade elas causam complicações ainda maiores. Por exemplo, quando uma criança ou jovem caem, costumam fraturar o braço ou a perna. A mesma queda em um idoso, pode causar a quebradura do quadril ou do femur.

QUAIS OS RISCOS DAS QUEDAS? Quando uma criança ou jovem caem, costumam fraturar o braço ou a perna. A mesma queda em um idoso, pode causar a quebradura do quadril ou do femur.

Sem falar da recuperação mais lenta. Outro agravante é que esses casos podem se complicar ainda mais no pós-operatório das cirurgias pós queda. Por isso, é importante que a família fique atenta  às causas da primeira queda, buscando a ajuda de um profissional imediatamente.

Então, agora que você sabe porque quedas, perna quebrada, catarata e miopia tem tudo a ver, mantenha em dia as consultas com o seu oftalmologista. Fique de olho na saúde da sua visão!

Leia neste próximo artigo como planejar a cirurgia de catarata.