Quais as diferenças da visão feminina? Entenda como funciona a saúde visual da mulher
O que acontece com a visão feminina ao longo dos anos?
Quais as diferenças da visão feminina? Entenda neste post como funciona a saúde visual da mulher. Você já sabe que, ao longo da vida, a mulher sofre uma série de mudanças hormonais, certo? Afinal, a mulher passa por diferentes ciclos de transição hormonal em diferentes fases da vida. Por exemplo: da infância para a adolescência vem a menstruação. No início da fase adulta, a gravidez. E no final do ciclo reprodutivo, a menopausa.
Mas, você sabia que a saúde ocular feminina também sofre alterações ao decorrer dos anos, e justamente em razão das mudanças hormonais? Pois bem, o Dr. Ricardo Guimarães, oftalmologista e uma das maiores referências em visão vai te explicar melhor tudo isso!
Tudo começa no fato de o corpo da mulher experimentar variações nos níveis hormonais de diferentes hormônios durante toda a vida, transformando os valores em uma verdadeira montanha russa. “Todas as mudanças hormonais têm impacto nas secreções glandulares de uma maneira geral e não podia ser diferente na glândula lacrimal, que produz a lágrima. Além disso, temos doenças concomitantes que podem impactar a mulher por causa da menopausa, época de transformação em que o corpo da mulher sofre mudanças definitivas, com a diminuição da progesterona, um hormônio rejuvenescedor.”
“E temos que lembrar das outras doenças que são concomitantes, como diabetes e artrite, e por que não lembrar também que a mulher, principalmente na menopausa que tem impacto na psique da mulher, tem maior chance de usar medicação que impacta na produção da lágrima, que são as medicações de ordem psiquiátrica? Toda essa medicação tem um grande impacto na produção de lágrima. Ainda, durante a menopausa, se tem uma predisposição maior a desenvolver catarata e glaucoma, o que também tem relação com a interrupção dos hormônios femininos que bloqueiam os metabolismos que podem levar a catarata.”
É muito importante que, nessa faixa de idade, uma avaliação da visão seja feita, quando o paciente desenvolve doenças como câncer, que pode apresentar metástase ocular. “Então, por todas as razões, o exame na paciente nesse momento é importante”, indica Ricardo Guimarães.
NA GESTAÇÃO…
Para além da menopausa, a gravidez, uma das fases mais lindas da vida de uma mulher, conforme Dr. Ricardo Guimarães, também pode provocar alterações na visão feminina, já que há um aumento dos hormônios femininos – progesterona e estrógeno. É um momento em que o metabolismo está muito intenso para atender as demandas da criança durante a gestação, e todas essas mudanças metabólicas, hormonais e fisiológicas produzem uma montanha russa de alterações.
Eventualmente, então, essas mudanças podem modificar o grau e a secreção lacrimal da mãe. Além disso, há mulheres que acabam enfrentando quadros de eclampsia e pré-eclâmpsia, fatores causais do olho seco. “Essas mudanças no grau ocorrem porque as mudanças metabólicas causam um aumento de densidade do vitro e do humor aquoso, o que modifica a correção refracional da mulher nesse período. Mas, essas mudanças não são definitivas, normalmente isso tudo volta aos níveis anteriores depois do parto ou depois da amamentação.”
E falando em gestação, este é um período de cuidados. Não à toa, conforme o oftalmologista, é muito importante garantir que a gravidez se faça sem a intervenção de medicações externos e que a criança receba a melhor nutrição possível da mãe. Portanto, tendo em vista que variações hormonais e até medicamentos podem influenciar na saúde da mulher, da gestante e também dos olhos femininos e do bebê – eles começam a enxergar ainda no ventre, sabia? –, é muito importante que cuidados sejam tomados.
“Uma pessoa que faz uso de qualquer medicação tem que suspender o uso durante a gravidez para evitar essa interação. Muitas vezes, entretanto passa despercebido e a mulher usa um colírio, por exemplo, para o glaucoma, colírios estes que têm ação intensa sobre o coração, o desenvolvimento da criança e até mesmo sobre o metabolismo da mulher. Então, esses colírios devem ser suspensos não apenas durante a gravidez, mas também durante a amamentação. Existem colírios aparentemente inofensivos, como o colírio antibiótico, mas que é danoso para a criança na gestação e também durante a amamentação.”
Justamente por isso, mais uma vez, as consultas são essenciais, já que é importante que a mãe faça uma consulta no período inicial de gravidez para checar o uso de colírios e aspectos de saúde ocular. O acompanhamento médico oftalmológico também é importante após o término da amamentação.
ENTEDA AS DIFERENÇAS DO METABOLISMO FEMININO X O MASCULINO
Sim, o metabolismo feminino e masculino é distinto, já que a mulher passa por uma série de mudanças hormonais ao longo de sua vida, independentemente de ela ter passado por uma gravidez e/ou pela menopausa ou não. E todas essas mudanças causam impacto na saúde da mulher, especialmente na visão. Portanto, cuidado nunca é demais!
“Vamos lembrar: ela tem mais chance de estar usando medicação sedativa e psiquiátrica de uma maneira geral, tem mais chance de estar usando hormônios, tem mais chance de sofrer de dor de cabeça e enxaqueca – que é mais comum em mulheres do que em homens – e de ter fotofobia. Ela sempre está mais exposta a esses aspectos e, portanto, o cuidado da saúde da mulher não deve ser restringido apenas a aspecto ginecológicos, mas ela deve incluir também a função visual, porque o risco de descolamento da retina ou de uma doença macular é mais alta em função de todas essas mudanças fisiológicas que acontecem no organismo”, explica Dr. Ricardo Guimarães.
E sabia que a mulher, além de chorar mais, está mais suscetível a desenvolver olho seco? Saiba mais em nosso artigo sobre a importância da lágrima. Lá, o Dr. Ricardo Guimarães te explica o porquê de a escassez de lágrimas ser mais frequente em mulheres!